Rizotomia facetária por endoscopia
Infiltração na coluna – Bloqueios diagnósticos e terapêuticos
8 de junho de 2015

O espaçador inter-espinhoso é utilizado para tratar doenças da coluna que causam compressão dos nervos espinhais, como hérnias de disco, estenose de canal lombar, artrose da coluna, doença degenerativa discal, etc. Sua utilização ainda é controversa e polêmica, mas vem ganhando espaço na prática cirúrgica e muitos pacientes já podem se beneficiar deste procedimento, quando bem indicado.

Qual a vantagem de usar este dispositivo?

A grande vantagem deste procedimento é o fato de preservar a mobilidade segmentar e evitar a cirurgia de fusão (artrodese da coluna). É um procedimento minimamente invasivo e que não impede a realização da artrodese lombar, caso haja falha do método.

Quais são as indicações para esta cirurgia? Quais pacientes se beneficiam deste procedimento?

1- cirurgia de hernia de disco com ressecção de grande quantidade de material.

2- Segunda cirurgia de hérnia de disco, ou seja, para tratar recidiva;

3- Sofrimento neurológico causando dificuldade para andar, devido ao estreitamento de canal vertebral em um segmento da coluna;

4- Doença degenerativa discal em nível adjacente a cirurgia de fusão prévia (artrodese da coluna), ou ao mesmo tempo de uma cirurgia de fusão.

Do que é feito e como funciona este espaçador? (Figura)

O dispositivo inter-espinhoso pode ser feito de combinação de silicone com um tipo de polímero ou então de liga de titânio. Age promovendo suporte às articulações facetarias, localizadas na parte de trás da coluna. O raciocínio envolvido na utilização do espaçador inter-espinhoso é baseado no conceito de que ao fletir a coluna o canal espinhal se torna mais largo/amplo, a progressão posterior do disco intervertebral é reduzida uma vez que o ângulo fibroso posterior se alonga e os forames intervertebrais se alargam. A flexão de um segmento não parece resultar em extensão compensatória dos demais segmentos da coluna e estreitamento nos níveis adjacentes, como poderia se pensar. Durante o procedimento,  preserva-se o ligamento supra-espinhoso, pois este vai limitar flexão demasiada do segmento tratado e também impedir deslocamento do dispositivo. Portanto o espanador inter-espinhoso causa uma descompressão indireta do canal espinhal, reduzindo a lordose e abrindo os neuroforames.

O forame intervertebral é a abertura entre as vértebras por onde passam os nervos espinhais. A lombociatalgia (ciática) muitas vezes é causada pelo nervo espinhal, por causa de uma hérnia de disco ou de um “bico de papagaio” que estejam comprimindo o nervo nesta abertura. O dispositivo interespinhoso promove o alargamento do forame intervertebral através de forças de distração, que acabam resultando em mais espaço para o nervo espinhal e consequentemente alívio dos sintomas causados pela sua compressão. Para que não ocorra distração demasiada e para que o dispositivo não saia do lugar, o ligamento supra-espinhoso deve ser mantido intacto na cirurgia para colocação do espaçador inter-espinhoso. A tensão que causa protrusão/abaulamento do disco intervertebral também é aliviada com o uso deste dispositivo, o que pode proporcionar alívio dos sintomas causados pela doença degenerativa discal.

Como é feita a cirurgia? Quantos dias precisa ficar internado?

Esta cirurgia pode ser feita com anestesia local e sedação, mas quando precisa-se combinar ressecção do disco ou de parte da vértebra, a anestesia geral está mais indicada. O paciente pode ir para casa no mesmo dia ou no primeiro dia pós-operatório.

 

Referências

Vaccaro A.R., Baron E.M. Spine Surgery Operative Techniques. Saunders Elsevier 2008

Aebi M., Arlet V., Webb J.K. AOSpine Manual – Clinical Applications. AOSpine International – Thieme 2007

Dr. Marcelo Amato - CRM: 116.579
Dr. Marcelo Amato - CRM: 116.579
Médico e Neurocirurgião pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP); Doutor em Neurocirurgia (Clínica Cirúrgica) pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP), orientado pelo Prof. Dr. Benedicto Oscar Colli; Especialista em Neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela Associação Médica Brasileira (AMB); Especialista em Cirurgia de Coluna pela Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Associação Médica Brasileira (AMB); Linha de Pesquisa em Cirurgia Endoscópica da Coluna desde 2013 pela FMRP-USP com diversos artigos e livros publicados nacional e internacionalmente; elaboração de aulas e cursos nacionais e internacionais sobre Endoscopia de Coluna, e realização de consultorias em todo território nacional ; Neurocirurgião referência do Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP); Diretor do Amato - Hospital Dia;

Comments are closed.

Espaçador interespinhoso
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Ao usar este site, você concorda com nossos Politica de Privacidade.
Leia mais